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... que trago em mim...

a criança: é birrenta e infantil a mulher: é ciumenta e barraqueira o político: é extremista e guerrilheiro o santo: é profano e &...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SOS ou SQS?

desisti de ser invencível
e venci-me a mim mesmo
o que me salva
é a inexistência de esquinas na cidade
e esses espaços amplos
verdes e solidários
no seu silencio e resistência.

marketing da sobrevivência

há que se mexer.
sempre!!!
senão... soterram-nos.

a rotina cotidiana
enfastia
e nos invisibiliza

temos que ser meio rock
atrevidos
para sermos e sentirmos

domingo, 14 de novembro de 2010

diário

a distância entre nós
não se mede em metros
mede-se em horas.

ficarmos perto um do outro
equivale a uma viagem no tempo.

a paixão encurta distâncias
compactará horas, também?

pregação

andei... andei...
andei... andei...
andei muito por este país
na crista da onda
das ondas do rádio

pregando a revolução das muitas vozes
falando pros surdos
que os mudos também falam
e...
quando falam se transformam
e transformam...

nas nuvens

sobre a planície de nuvens
estamos acima da vã filosofia
o azul profundo do universo
nos referencia no Olimpo
e redimensiona
a nossa percepção de nós mesmos
quão ínfimos somos
invisíveis no cenário terrestre...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ano novo no beira

estava de plantão tentando fechar o ano
aí, um telefonema e uma amiga vociferando:
“e aí? Estou no Beirute tomando uma cerveja!!”

tá booom! Que fazer?!
lá vou eu...
praquela virada estratégica

numa mesa à entrada
uma seleta, um quibe, uma cerveja
e os títulos da temporada:

“crise internacional...”
“operações midiáticas da PF”
“lei seca esvazia hospitais...”

“catástrofes por aí...”
“juiz solta corrupto...”
“popularidade ululante do presidente”.

nenhum poeta dos setenta
aí, Manoel, o garçon pioneiro do Beira
me deseja um feliz ano novo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Brasiliamante

o melhor de toda viagem
é o retorno a Brasília
por isso canto:
“Brasília,
aqui me tens de regresso
e suplicando te peço
a minha nova inscrição...”

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

alma gêmea

você me deixa mal
me tira do sério
me torna irracional

me deixou maluco de amor
e sua partida me endoidou de vez

vivo sob controle
de remédio controlado

a terapeuta me disse
que preciso é ter peito
pra beijá-la amigdalamente
chupar a sua alma
e torná-la minha gêmea.

e aí?!!

eu era muitos...

ainda me preservo alguns...

outros?...

um bom vinho embalou.

outros?...

mirella alinhavou
com linhas de gestalt.

outros!!!!...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

eu, ela e o destino

Eu, que te amo tanto e tanto
não me lembro de ter amado antes
com tal zelo, apego e profundidade.

Eu, que te amo tanto e tanto
ouço-te no silêncio total:
olho-me e vejo-te em mim.

Eu, que te amo tanto e tanto
sinto a tua ausência
e vivo e sofro por ti.

Eu, que te amo tanto e tanto
sonho os teus encantos
encantando os meus sonhos.

eu, que te amo tanto e tanto
prostro-me aos teus pés
buscando-te a me enredar...

foi-se o primeiro dente

O Vicenzo, quem diria?!
Agora está banguélo.

O que irá fazer com aquela janelinha na frente?
Vai poder comer e cuspir ao mesmo tempo.

Vai poder, com um sorriso, mostrar
Que está prestes a deixar de ser criança.

Vai poder marcar na memória a história
de guardar o dente sob o travesseiro.

E... Quem sabe? Cumprir a lenda
e no futuro ganhar muito dinheiro.

É...

O Vicenzo, quem diria?!
Agora é banguélo:
foi-se o primeiro dente!

03/02/10

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

separação 2




não há poesia na separação
minha amada
ex-mulher
inimiga mortal
eu: troféu empanado na parede.


"o que é seu é meu
sem qualquer troco"
máxima repetida
realidade perseguida
o amor medido em R$.


fragmentos do ser
sonhos partidos
desejos frustrados
projetos interrompidos:
"de quem é o quê?"


o 'podermátrio'
versus o 'poderpátrio'
em tudo o campo de batalha:
quem submete quem?
e se agiganta quem se apequena.

as havaianas dela

as sandálias havaianas
brancas com adereços de pavão
jazem no canto do banheiro
a lembrar a ausência dos pés
que a conduziriam até a mim.

olho-as cotidianamente ao banhar-me
e um holograma sempre se faz sobre elas
'como um lençol branco
sobre móveis em imóveis abandonados'
ou... sobre o meu coração.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

a tarde
é como gente que nasce:
chega pre gui ço sa meeen te.