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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

a musa e o fã

alô! bom dia!
quem está comigo na linha?!
tum... tum... tum... tum...
do outro lado o silêncio
enquanto o coração fala.

alô! quem está na linha?!
tumtumtumtum!!!
a ligação cai.

(para Anna Oliveira)

o grito

ecoa nos tímpanos
e ri-bomba
nas fibras dos corações
inundando olhos.

cada qual com o seu fantasma
com o seu grilhão de passado
com seu pesar
sua saudade
seu "deixa-pra-lá".

quantas reticências
de assuntos interrompidos?!
quantos pontos finais
de histórias paralelas?!
quanta usurpação!!!

a felicidade está
na segunda à esquerda.

sobre faltas

hoje beberei a dose
da tristeza necessária
para equilibrar
o medo da solidão.

observarei atento
a falta que faço
para não me ater
à falta que a falta me faz.

sofrências

para mim "o apreço
não tem preço"
e às vezes
me dôo
mais
que
mereço
é quando
a verve
sorve
a "cerva"
e me causa overdoses
de safadões e marílias mendonças...

migalhas

sou migalhas
no mundo dos interesses
meu caminhar é objetivo,
não rápido.

migalho sonhos
meus e próximos
que na essência
são o Norte.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

ela se foi como chegou:
querendo.
agora me avisa
"estou ficando."
senti ciúme
de sua "ficada"
um ciúme doce
como quem vê
a pessoa amada
acenando no horizonte
ao pôr-do-sol.
maltrato a palavra
à espera de reação
às vezes ela me bate
como quem bate bate-bate
daí, cato meus cacos
pra recompor a minha história
e terminar o poema.

o incorrigível


já prometi a mim mesmo
não mais fazer das tripas coração
pra não mostrar as tripas do meu.
pessoas completas
se consomem em si
se satisfazem consigo
são bolhas de sabão 
levadas por brisas
por campos agrestes

déjà vu

sou inseguro
não sei fugir da correnteza
que me leva para as pedreiras
o prenúncio de um fim
se torna um itinerário
sem ponto de fuga
sei que vou morrer
mas quero sentir no passo a passo
os efeitos Déjà vu
dessa morte anunciada

verso e reverso


a autoestima estava baixa
a verdade batia no mármore
frio da tumba politica
e espargia meu rosto incrédulo
minha pele ressecada
pela certeza do inexorável
não refletia o mal
que lhe infiltrava
pelas ondas, os risos
de hienas no cio
o injustificável apelo
da vitima ao algoz
a democracia sucumbe
e mais uma vez a maioria
de uma minoria delegada
enaltece a democracia
rubra rosa da revolução
cravos imaginários da rebeldia
juntai-vos no dilmar-se
para que a luta continue.
hoje beberei a dose
da tristeza necessária
para equilibrar
o medo da solidão.
observarei atento
a falta que faço
para não me ater
à falta que a falta me faz.

a musa e o fã


alô! bom dia!
quem está comigo na linha?!
tum... tum... tum... tum...
do outro lado o silêncio
enquanto o coração fala.
alô! quem está na linha?!
tumtumtumtumtum!!!
a ligação cai.
p/ Aureliana Oliveira

aviso às navegantes

andei navegando 
em mares revoltos
e mares de boas ondas
de pura felicidade
agora, em porto seguro
estou me ensolteirando
no estaleiro
de corações hepáticos.
e essa chuva
que pendura, pendura, pendura e não cai
sugando as águas
das nossas nascentes
e deitando-se
em nossos lençóis freáticos ressecados...

eu?!!

eu?!!
sou feliz com o que
a vida me dá
e não reclamo do que
a vida me tira.
por isso sou deste tamanho
e assim me apresento.

o grito

ecoa nos tímpanos
e ri-bomba
nas fibras
dos corações
inundando olhos
cada qual com o seu fantasma
com o seu grilhão de passado
com seu pesar
sua saudade
seu deixa-pra-lá
quantas reticências
de assuntos interrompidos?!
quantos pontos finais
de histórias paralelas?!
quanta usurpação!!!
a felicidade está
na segunda à esquerda.
só posso lhe dar presentes
meus futuros
estão menos reticentes
e mais pontos finais.