vc foi assim:
um chegar de mansinho
num vestido hippie
cum cabelo romântico
cum chinelo de couro
e um sorriso tímido
e se apossou da cadeira
tomou conta da mesa
e me ganhou por inteiro.
o Beirute todo sorria
e vc foi assim:
tomou conta de mim
da minha vida
e se apossou do meu eu.
e vc foi assim
voltada para o exterior de si
uma busca de si no além
uma inconstância interna
e vc foi assim:
alheia a si mesma
toda doação
e... assim vc se foi.
Postagem em destaque
... que trago em mim...
a criança: é birrenta e infantil a mulher: é ciumenta e barraqueira o político: é extremista e guerrilheiro o santo: é profano e &...
sexta-feira, 30 de março de 2012
domingo, 18 de março de 2012
Catalão e os Pastos
A sociedade catalana tem a memória
“cercada” de pastos
E... aqui vai um poe-imento
O Pasto do Aziz
Do quê resta uma restinga
um apartamento da nascente
O Pasto/Poço do Zé Maria
Desviado, enquadrado, canalizado
E adensado imobiliariamente
E o Pasto do Pedrinho?!!
A antiga imensidão
Atrás da Nova Matriz?
No Pasto do Aziz, hotel de cavalos
Legiões de carrapatinhos
No bosque de caças de pássaros
No Pasto/Poço do Zé Maria
Caminhos esguios de terra preta
E de fundos reluzentes de água cristalina
E... No Pasto do Pedrinho
Tenho que me demorar...
Nas minhas solidões sociais
A cachoeira eram lágrimas
Da natureza solidária
À minha humana condição
Nos pés de Guapeva
Quantas vezes me agarrei
Em minhas deserções
Para prazeres solitários
No Poço do Pedrinho quantas namoradas imaginárias
A turma gazeteira ou escapulista
Não contabilizou no seu rosário de falsas conquistas
Mas... Nem só de memória vivem os pastos
Que vão sucubindo à insana fome imobiliária
E à necessidade sã de ser engolido
Pelas falsas promessas de bem viver.
À vista via satélite
Os contornos de um rosto choroso
No seio da cidade
Observado pelo Morro da Saudade
De um lado, capitalistas inescrupulosos
E de outro, as memórias
Que formam a identidade de um povo
Que movem a roda da consciência
Há que se sair do raio da Praça do Cinema!!
Temos que ter a cidade como um todo
Não só árabe
Não só comércio
Não só finanças
Não só umbigos
Não só urbana
(acrescente aqui um “não só” só seu)
A consciência dos catalanos
Não é feita de políticos de plantão
Presos ao contorno da Praça Getúlio Vargas
A consciência catalana
É recheada de personagens populares:
O Pedro Bueno com o saco às costas
Catando sujeiras nas ruas cascalhadas
O Bastião Mola Faca de passo miúdo
Com nomes e fatos na ponta da língua
O Zelão, tarado consentido da Rua do Pio
Ribombando os gritos do Zé do Trem
A anunciar a vinda do comboio
Quem se lembra mais?
De políticos ou de povo?
Há que se sair do raio da praça do cinema!!
E... a memória vai-se apagando
Com as pessoas que passam
E, com ela, a história
Quem não cultua a ancestralidade
Não passa de um ponto de energia
Na imensidão do universo
O Pasto do Pedrinho é isso
Memória, consciência, história
Circundado pelo que antes circundava
O Pasto do Pedrinho é isso
A resistências dos pastos
A lembrar a origem de onde viemos
O Pasto do Pedrinho é isso
O vértice do triângulo dos pastos
Cravado no coração da cidade
“cercada” de pastos
E... aqui vai um poe-imento
O Pasto do Aziz
Do quê resta uma restinga
um apartamento da nascente
O Pasto/Poço do Zé Maria
Desviado, enquadrado, canalizado
E adensado imobiliariamente
E o Pasto do Pedrinho?!!
A antiga imensidão
Atrás da Nova Matriz?
No Pasto do Aziz, hotel de cavalos
Legiões de carrapatinhos
No bosque de caças de pássaros
No Pasto/Poço do Zé Maria
Caminhos esguios de terra preta
E de fundos reluzentes de água cristalina
E... No Pasto do Pedrinho
Tenho que me demorar...
Nas minhas solidões sociais
A cachoeira eram lágrimas
Da natureza solidária
À minha humana condição
Nos pés de Guapeva
Quantas vezes me agarrei
Em minhas deserções
Para prazeres solitários
No Poço do Pedrinho quantas namoradas imaginárias
A turma gazeteira ou escapulista
Não contabilizou no seu rosário de falsas conquistas
Mas... Nem só de memória vivem os pastos
Que vão sucubindo à insana fome imobiliária
E à necessidade sã de ser engolido
Pelas falsas promessas de bem viver.
À vista via satélite
Os contornos de um rosto choroso
No seio da cidade
Observado pelo Morro da Saudade
De um lado, capitalistas inescrupulosos
E de outro, as memórias
Que formam a identidade de um povo
Que movem a roda da consciência
Há que se sair do raio da Praça do Cinema!!
Temos que ter a cidade como um todo
Não só árabe
Não só comércio
Não só finanças
Não só umbigos
Não só urbana
(acrescente aqui um “não só” só seu)
A consciência dos catalanos
Não é feita de políticos de plantão
Presos ao contorno da Praça Getúlio Vargas
A consciência catalana
É recheada de personagens populares:
O Pedro Bueno com o saco às costas
Catando sujeiras nas ruas cascalhadas
O Bastião Mola Faca de passo miúdo
Com nomes e fatos na ponta da língua
O Zelão, tarado consentido da Rua do Pio
Ribombando os gritos do Zé do Trem
A anunciar a vinda do comboio
Quem se lembra mais?
De políticos ou de povo?
Há que se sair do raio da praça do cinema!!
E... a memória vai-se apagando
Com as pessoas que passam
E, com ela, a história
Quem não cultua a ancestralidade
Não passa de um ponto de energia
Na imensidão do universo
O Pasto do Pedrinho é isso
Memória, consciência, história
Circundado pelo que antes circundava
O Pasto do Pedrinho é isso
A resistências dos pastos
A lembrar a origem de onde viemos
O Pasto do Pedrinho é isso
O vértice do triângulo dos pastos
Cravado no coração da cidade
quinta-feira, 8 de março de 2012
A Mulher
quando olho uma mulher
não a vejo objeto
não a vejo ser místico
não a vejo títulos de nobreza
quando olho uma mulher
vejo um halo
e, se não vejo um halo
não estou olhando uma mulher
(Homenagem às mulheres no seu dia)
não a vejo objeto
não a vejo ser místico
não a vejo títulos de nobreza
quando olho uma mulher
vejo um halo
e, se não vejo um halo
não estou olhando uma mulher
(Homenagem às mulheres no seu dia)
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